Na gare do tempo
tomo um trem-fantasma-azul
cheirando a jasmim
respingado de neblina eterna
e viajo pelos tempos...
Nas estações diversas
paradas inesperadas...
Na primeira, vejo meu pai
a acenar-me com mãos de nuvens
e um olhar tão triste!,
que choro eu pela sua dor.
Acolho-o em meu amor modesto,
Afago a decepção e a mágoa de seus gestos...
Sei de que angústia sua alma treme,
sei de que aflição seu espírito se banha!
Na segunda, minha mãe sozinha
sentada na mala encantada,
contando lágrimas de cetim
para enganar a longa espera...
Sei que dor encarcerou seus passos,
sei de que ferimentos latejam seus olhos!
E eu...que só pude amá-los mais que muito
não consigo deter o trem,
não consigo desembarcar...
E passo...
domingo, 3 de janeiro de 2010
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O trem minha mãe, caminha também para outras estações que podem ser apenas parada breve para um retorno ao ponto desejado. Jamais devemos esquecer que o mesmo problema pode ser abordado de modos diferentes, dependendo de como o olhamos... Linda mensagem e como sempre, indefectível escrita... Você não existe!
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